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Mais uma turma de brigadistas formada na Reserva da Biosfera

FVA realiza nova formação de brigadistas no município de Novo Airão

Texto: Maurília Gomes. | Fotos: Rodrigo Duarte.

Entre os dias 16 e 20 de janeiro deste ano, o Espaço FVA Novo Airão recebeu os participantes do II Curso de Brigadistas de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais e Queimadas, do Programa de Combate a Incêndios na Reserva da Biosfera da Amazônia Central (RBAC), voltado para comunitários de unidades de conservação que integram o Mosaico do Baixo Rio Negro (MBRN). Participaram desta formação moradores de comunidades do Parque Nacional do Jaú, da Resex do Rio Unini, do Parque Estadual do Rio Negro, do município de Novo Airão e da capital, Manaus.

Assim como no primeiro curso, realizado em novembro do ano passado, a formação teve duração de 40 horas, dividas em aulas teóricas e práticas sobre combate à incêndios florestais, queimadas e manejo integrado do fogo, dentre outros. Desta vez, a instrução foi compartilhada entre o Serviço Florestal Americano (USFS) e Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), do IBAMA.

O instrutor Marcelo Siqueira de Oliveira, especialista em Manejo Integrado do Fogo/Serviço Florestal Americano, contou como foi organizado o conteúdo programático do curso. “Primeiro eles receberam instrução sobre a organização da brigada, como essa brigada deve se comportar diante de um incêndio. Em seguida, passamos a tratar do uso e manutenção dos equipamentos e ferramentas de combate. E depois, passamos para a parte teórica, onde ensinamos sobre o comportamento do fogo, ações de combate e prevenção de incêndios, e uma parte sobre queimadas, o uso do fogo com queima controlada e queima prescrita”, explicou.

Oliveira também disse ter se surpreendido com o desempenho dos alunos no que se refere ao manuseio dos equipamentos. “Parte da brigada não tinha muito conhecimento, principalmente no uso dos equipamentos. Alguns equipamentos são muito específicos para incêndios florestais, então, é normal que não tenham o hábito de utilização deles. Porém, ao longo do curso, eles acabaram nos surpreendendo pelo interesse e pela vontade que eles tiveram em aprender a utilizar essas ferramentas de prevenção e combate (ao fogo)”, avaliou.

Ao final do curso os alunos tiveram a aplicação desses conteúdos em exercícios práticos, que envolveram a simulação de um incêndio com a contenção de uma área queimada, previamente protegida e cercada pelos futuros brigadistas, divididos em esquadrões formados durante o curso se direcionam para fazerem o combate.

Segundo Bruno Eduardo Carlos, chefe de brigada da Serra da Moça/Prevfogo, que também atuou como instrutor do curso, o fato de a turma ter tido cem porcento de aproveitamento com todos os 20 alunos aprovados é motivo de grande alegria, pois esses novos brigadistas irão atuar no combate e prevenção de incêndios nas suas comunidades. “É muito importante termos pessoas capacitadas e treinadas para exercer estas atividades de prevenção e combate aos incêndios. Quando treinamos pessoas, principalmente as que vivem em comunidades rurais que precisam, por exemplo, de uma roça, atividade que habitualmente se utiliza do fogo para sua execução, reduzimos os riscos de se ter grandes incêndios”, destacou.

Esta formação de brigadistas é uma iniciativa da Fundação Vitória Amazônica (FVA) que tem o apoio da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e do Serviço Florestal Americano (USFS), em cooperação com a UNESCO e parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) e Prefeitura Municipal de Novo Airão.

SOBRE O MBRN

Inserido no Corredor Central da Amazônia, na Reserva da Biosfera da Amazônia Central, no Sítio Ramsar do Rio Negro e em parte de uma área que é Patrimônio Natural da Humanidade, o Mosaico do Baixo Rio Negro é composto por 13 Unidades de Conservação que protegem uma grande diversidade de espécies da fauna e flora e abriga numerosas espécies ameaçadas de extinção. Essas características conferem a essa região a classe de área de extrema importância para a conservação.