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Intercooperativismo no Médio Rio Negro

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Por Ignácio Oliete Josa

Um dos princípios do cooperativismo, já definidos pela Aliança Cooperativa Internacional em 1966, é a cooperação entre cooperativas em todos os planos. Um exemplo desta intercooperação esta acontecendo entre a Cooperativa Mista Agroextrativista dos Moradores do Rio Unini (Comaru) e a CoopXixuau do Rio Jauaperi para fortalecimento da cadeia produtiva de castanha de base comunitária do Médio Rio Negro.

 A cooperação se dá por meio do repasse de conhecimentos para as “Boas Práticas de Manejo de Castanha” e no fornecimento de matéria prima para beneficiamento. Ao longo de 2015, espera-se em torno de 500 latas (5000 toneladas) sejam comercializadas entre as duas cooperativas. De fato, a intercooperação das organizações só traduz uma atitude de colaboração tradicional expressados pelos conceitos de ‘Ajuri’ e ‘Mutirão’, práticas do dia a dia das populações tradicionais.

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O cooperativismo é, pelas suas características e pelos princípios que o regem, um modelo de organização socioeconômica muito interessante para as populações tradicionais da Amazônia. Contudo muitos desafios legais e de ordem burocrática devem ser enfrentados, pois a empresa cooperativa é complexa e difícil de ser gerenciada.

 A falta de sensibilidade do marco legal para com as características culturais, históricas e geográficas dos povos e populações tradicionais
dificultam a constituição e viabilidade dos seus negócios, entre eles os regidos pelo modelo cooperativo. Mas estes desafios precisam ser enfrentados no dia a dia e com a operação do negócio acontecendo, só assim os protagonistas das cadeias produtivas poderão se empoderar dos processos.

Esta intercooperação piloto é uma das ações iniciais que buscam tecer uma rede de colaboração regional para fortalecer as cadeias dos produtos da sociobiodiversidade, incluindo, além da castanha, outros produtos como aqueles oriundos da roça e da produção agroflorestal.

Ao longo desta trajetória, informaremos a evolução desta atividade!