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FVA realiza atividades de campo pelo rio Unini

A viagem envolveu ações de diversos projetos em desenvolvimento pela fundação

A Fundação Vitória Amazônica (FVA) realizou expedição de campo por mais de vinte dias pelo rio Unini, afluente do Rio Negro, no município de Barcelos, interior do Amazonas para a realização de reuniões para tratar de projetos como o Sistema de Monitoramento de Uso de Recursos Naturais no Rio Unini (SiMUR) e dialogar com moradores das comunidades de unidades de conservação sobre outras ações.

A expedição começou no dia 19 de abril e terminou no dia 06 deste mês. As atividades integram diversos projetos da FVA em parceria com outras instituições, incluindo a Associação de Moradores do Rio Unini (Amoru), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Serviço Florestal Americano (USFS), o Instituto Clima e Sociedade (ICS) e a Cooperativa Eita.

Ao longo da viagem, foram realizadas reuniões com moradores das comunidades Lago das Pedras, Terra Nova e Patauá – inseridas na Reserva Extrativista (Resex) do Rio Unini; Tapira, Manapana, Bela Vista, Lago das Pombas, Floresta e Vista Alegre, que estão dentro dos limites do Parque Nacional do Jaú; e Vila Nunes, a única comunidade do rio que faz parte da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Amanã.

Em cada reunião foram apresentados e debatidos diferentes projetos desenvolvidos no território pela FVA. Entre eles, está o “Rotas e Pegadas: caminhos integrados para o desenvolvimento do baixo rio Negro”, projeto financiado pela Rede LIRA, do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), por meio do Fundo Amazônia e Fundação Gordon e Betty Moore.

O Rotas e Pegadas está em desenvolvimento nas Unidades de Conservação (UCs) inseridas no Mosaico do Baixo Rio Negro (MBRN) e envolve diversas áreas de atuação, incluindo monitoramento de eventos climáticos e uso de recursos naturais, turismo ecológico, formação de lideranças e outras ações relacionadas à governança e desenvolvimento sustentável do território.

O coordenador executivo da FVA, Fabiano Silva, explica que, mesmo durante a pandemia, a fundação manteve algumas viagens de campo, de curta duração, focadas na safra da castanha e outras ações específicas de suporte a parceiros.

Silva ressalta também a importância de se fazer expedições de campo mais robustas com mais tempo de duração, o que possibilita o fortalecimento da relação da FVA com a população ribeirinha por meio visitas às comunidades, conversas com moradores. “Essas viagens são estruturantes tanto na relação da fundação com as comunidades, como no processo de planejamento e empoderamento dos atores locais, neste caso sobre o rio Unini e as unidades de conservação que ali estão presentes”, finaliza.

Otávio Giatti/Acervo FVA

Esta foi a segunda expedição realizada pela FVA neste ano. Antes, uma equipe da fundação acompanhou a Assembleia da Cooperativa Mista Agroextrativista do Rio Unini (Coomaru), que ocorreu nos dias 30 e 31 de março, na comunidade Patauá, inserida na Reserva Extrativista do Rio Unini.

O encontro discutiu, entre outros temas, o relatório da gestão e balanço financeiro da diretoria, o plano de trabalho para 2022 e elegeu a nova diretoria da cooperativa.

AMORU realiza assembleia para revisão do Estatuto

A equipe da FVA também ajudou a organizar, em parceria com o ICMBio, a assembleia geral da Associação dos Moradores do Rio Unini (Amoru), nos dias 29 e 30 de abril, na comunidade Vista Alegre. Pelo menos 100 pessoas compareceram ao encontro, dos quais 80 eram membros associados, moradores e moradoras das dez comunidades situadas às margens do rio Unini. Os demais eram integrantes da expedição ou dos órgãos federais.

A assembleia extraordinária foi convocada para revisar o estatuto da associação, elaborado em 2002. Segundo o presidente da Amoru, Edmilson Fragoso, a revisão do estatuto foi uma demanda do grupo. “O nosso estatuto é de 2002. Depois ele teve um aprimoramento, mas sem grandes alterações. Há uns dois anos, percebemos que a maior parte dos objetivos estabelecidos lá em 2002 tinham sido alcançados e que a Amoru poderia atuar em muitas outras áreas não contempladas pelo estatuto atual”, explicou Cardoso.

Para a representante do ICMBio e gestora da Resex do Unini e do Parque Nacional do Jaú, Leila Nápoles, que também esteve presente no encontro, adequar o Estatuto a legislação atual e atualizar os objetivos da AMORU irá garantir e legitimar o desenvolvimento comunitário. “A renovação e atualização no Estatuto da AMORU é fundamental para dar andamento nas demandas das comunidades da Resex do Rio Unini e garantir acesso às oportunidades de geração de renda e melhoria na qualidade de vida das famílias”, destacou.

A revisão do estatuto será aprovada em uma nova assembleia prevista para acontecer em agosto deste ano, mês em que a Amoru completa 20 anos de fundação. A associação possui um total de 143 associados – incluindo 15 novos membros que se associaram durante a assembleia – com direito a voz e voto.

Maurília Gomes/Acervo FVA